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AGOSTO, MÊS DO FOLCLORE E DO JEQUIBAU

AlbanesePor Mário Albanese, jornalista, advogado, maestro e compositor

Desde 1965, 22 de Agosto é o Dia do Folclore. A palavra folclore surgiu da junção dos termos ingleses folk = povo + lore = saber, para significar a sabedoria do povo. Um conhecimento autóctone nascido da terra (do grego auto = próprio e khton = terra). Os povos primitivos tinham curandeiros, pajés e adivinhos com um dom natural e um saber ingênito proveniente da natureza e dos astros. O folclore interliga-se a outros conhecimentos como a antropologia normal, a história e a epsicologia social para registrar tradições, crenças, festas, indumentárias, lendas, artes, transmitidas e preservadas ao longo dos tempos. O imaginário popular criou fábulas e lendas que tiveram enorme expansão fantasiosa. Homens de uma perna só com um pé tão grande que, deitando-se de costas e levantando a perna, o pé servia de guarda-sol… Eram chamados de Monskeli ou Skiapoden. No Brasil, os escravos vindos da África Ocidental, despojados de seus direitos e sem falar o português, expressavam sua amargura com lamentos, comunicando-se com gestos, percussão e música. O improviso, a liberdade de criação e a polirritmia são contribuições significativas para o desenvolvimento da música brasileira.  Significativa também a figura mítica brasileira do Saci Perere, moleque negro de uma perna só, orelhas de morcego e carapuça vermelha que faz diabruras com os homens e animais. Na Ásia, às margens do Ganges, rio sagrado para os indianos, viviam os “font-family”, homens sem boca, que, alimentados pelo cheiro das plantas, morriam quando aspiravam perfumes desconhecidos. Interliga-se à antropologia, história e à psicologia social, ao registrar tradições, crenças, festas, indumentárias, lendas, artes, transmitidas e preservadas ao longo dos tempos. A partir de 13 de Agosto de 1965 comemora-se no país o Dia do Jequibau! Destaque-se o registro feito pelo poeta de cordel Téo Macedo: No dia treze de agosto / Uma sexta-feira de então / No ano de sessenta e cinco / Em meio a muita emoção / Foi lançado o Jequibau / Uma grande inovação! Jequibau é Jequibau / Diferente marcação / Cinco tempos por inteiro / Contrariando a tradição / Um compasso brasileiro / Nova forma de expressão. Jequibau é Jequibau / A palavra é singular / Não existe em dicionário / Não adianta procurar / Depois de tantos fatos / É hora de registrar!
“O pensamento cria, o desejo atrai e a fé no trabalho realiza”.
Com particular consideração e amizade
Mário Albanese


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