Morreu na noite desta quinta-feira (31), aos 93 anos, em Teresópolis, Região Serrana do Rio, o músico instrumentista José Menezes de França, o Zé Menezes, como era chamado. Ele estava internado no Hospital São José e a causa da morte ainda não foi divulgada. Zé Menezes foi diretor musical na Rede Globo, onde ingressou na década de 70. Ele é autor, entre várias trilhas sonoras e consagradas, do tema de abertura de Os Trapalhões e de vinhetas como do Chico City e Viva o Gordo. Nascido em Jardim, cidade no interior do Ceará, começou a se interessar pela música ainda na infância. Ganhou fama no pequeno município apelidado por Zé do Cavaquinho quando tinha apenas 9 anos. Um ano antes foi convidado pelo maestro Arlindo Cruz para tocar profissionalmente em um cinema de Juazeiro. Aos 11 passou a integrar a Banda Municipal de Juazeiro. Em 1943, aos 22 anos, Zé Menezes deixou o Ceará a convite do radialista César Ladeira que o ouviu tocar e o convenceu a seguir carreira no Rio de Janeiro, então ainda capital federal. Quatro anos mais tarde ele foi contratado pela Rádio Nacional. Sua primeira canção gravada foi o samba “Nova Ilusão”, composta em parceria com Luiz Bittecourt, com quem assinou vários sucessos. Quem a gravou foi o grupo “Os Cariocas”. Da parceria com Bittencourt se destacam ainda o samba-canção “Mais uma ilusão”, os choros “Sereno”, “Comigo é assim” e “Seresteiro”. O samba “Nova Ilusão” chegou a ser gravado em inglês por Billy Eckstine. Quem também gravou composições de Zé Menezes foi Tom Jobim, entre outros músicos consagrados. Com mais de 80 anos, já nos anos 2000, Zé Menezes lançou o projeto ‘Zé Menezes – Autoral’, que contemplava a gravação de três CDs e o registro em CD-Room de seu acervo digitalizado, incluindo partituras e suas composições. Zé Menezes esteve em 2008 na antiga sede do Clube do Choro de Santos, na Rua XV de Novembro, nº 50, centro histórico, acompanhado de Rogério Souza (violão 7 cordas) e José Carlos “Bigorna” Ramos (flauta) onde nos concedeu uma entrevista e tocou no velho violão tenor branco – aquele mesmo em que Garoto tocava quando vinha a Santos para se apresentar na Rádio Atlântica de Santos (PRG-5) e nos cassinos Ilha Porchat e Atlântico – que está sob a guarda do nosso diretor musical Jorge Maciel. As fotos acima foram tiradas por Luiz Fernando Ortiz, diretor de fotografia do Clube do Choro de Santos, no último show realizado pelo maestro e compositor Zé Menezes, no Teatro Guarany, em Santos, no dia 3/10/2012, quando esteve acompanhado de outras feras da nova geração, Marcelo Gonçalves (violão 7 cordas), Beto Cazes e Daniela Spielman (sax soprano e flauta). A produção local foi de Jamir Lopes e patrocínio da Petrobras que realizava turnê nacional. Acreditem, neste seu ultimo show em Santos, ele lembrou da visita na sede em 2008, e ainda pediu para que trouxéssemos o violão tenor branco para ele dedilhar novamente assim como fez na ocasião…! E assim foi feito…
Fonte G1
Maestro Zé Menezes. A musica brasileira perde um grande musico e compositor maior ainda. Esqueçam por favor a trilha dos “Trapalhões”, pois é muito pouco pra ele. Zé Menezes é muito mais do que isso. Num tempo meio sombrio lá se foram, Maestro Zé Menezes, Ariano Suassuna e João Ubaldo. Tá ficando tudo muito chato.
Foi uma grande honra para nós recebê-lo na antiga sede do Clube do Choro de Santos em 2008. O maestro Zé Menezes veio acompanhado do violonista de 7 cordas, Rogério Souza e do flautista Zé Bigorna. O mestre tocou no lendário violão tenor branco, o mesmo em que Garoto tocava quando vinha a Santos. O maestro Zé Menezes vai fazer muita falta, o último integrante daquela magnífica geração de grandes compositores e instrumentistas que começa no início do Século XX com Pixinguinha e termina com ele agora nos dias de hoje. Deus o tenha, maestro.