Gente, aí um belo trabalho que merece ser apreciado pelo público admirador do samba.
“Miquimba, réquiem para um pé-de-chinelo”, CD autoral do compositor Jorge Curuca.
Mestre Monarco abre os trabalhos com a composição Plebéia.
O velho compositor portelense dispensa maiores comentários e apresentações, o festejado sambista sempre comparece quando convidado. Na sequência três grandes representantes da nova geração de sambistas, Wanderley Monteiro, campeão de vários carnavais pela Azul e Branco de Madureira, Léo Russo, recém chegado ao mundo do samba via maestro Rildo Hora, declarado cantor revelação pelo público frequentador do Carioca da Gema na Lapa e Marcos Sacramento outro bamba também. Jorge Curuca dá o ar da graça com singelas composições, dentre elas,”Samba caô”…”ontem de nobreza tão repleto, coisa vil, mercadoria, corre o tempo passa, o cronômetro marca a tua agonia” numa alusão à péssima qualidade dos sambas-enredo e a velocidade do andamento das baterias que acabou transformando o samba em marcha.
O cantor Chamon, preferido da família “Lago”, com sua maneira personalíssima de interpretar, canta o samba que dá nome ao disco, mais As flores voltarão e Quando meu pai foi embora.
Por fim, meu cumpadi violonista, cantor e compositor Ibys Maceioh interpreta “Amor passarinheiro”, um xótis bem arretado, composição clássica de seu repertório com letra muito bem alinhavada pelo bom compositor alagoano. Encerra o CD um maxixe bem sacudido interpretado por mais essa grande revelação do mundo do samba, o já mencionado Marcos Sacramento, numa autêntica revirada no baú da música popular brasileira…”larguei a droga do cigarro Saratoga, da cerveja Cascatinha, Parati com capilé”…”Noel, Wilson Batista, Assis Valente, Ameno Resedá, Vai como Pode, Deixa Falar, Geraldo Pereira, Madame Satã, Baiaco, Brancura, Orestes Barbosa”…etc…algumas das “instituições” citadas na composição. Arranjos, produção e direção musical do meu parceiro José Roberto Leão, violonista de 7 cordas dos bons, integrante do Grupo Taruira e que acompanha a cantora Eliane Faria, filha do mestre Paulinho da viola, nas noites muito agradáveis do Cariocando, no Catete.
Forte abraço, estão todos de parabéns, o disco está sensacional. Ah…e atenção para o detalhe: sem nenhum ranço de pagode, graças a Deus, samba de primeira, na batata.
Abraços. Zé do Camarim.
