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G.R. ESCOLA DE SAMBA ACADEMICOS DE HELSINQUE

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“Eu vai pra marracangia, eu vai,
eu vai de chapéu de paia, eu vai, ô skindô, ô skindô.”
          (Puxador: Sammi Hyypiã)

Quando o mestre de bateria, mano Teemu Tainio fez a chamada, o Quarteto de Cordas de Lipzig atacou a valsa enredo, o puxador oficial da Escola, Sammi Hyypiâ botou fogo na avenida, “Ya, Ya, Ya, é foga no chapa” e a Escola iniciou o seu desfile com harmonia e a cadência de sempre. A plateia foi ao delírio. Trazendo para a avenida uma nova experiência, novidade jamais utilizada, a comissão de frente se apresentou com 12 negros vindos da Nigéria especialmente para o desfile da Marques de Sapucaí com uma rica fantasia de bonecos de neve. O genioso e criativo carnavalesco, Mikael Forssel, explicou a novidade dizendo que a proposta foi mesmo a de causar espanto, provocar uma comoção e um orgasmo geral. As não sei quantas mil pessoas presentes aprovaram a novidade. Explicou ainda o renomado carnavalesco Mikael que, essa nova postura, provocará uma revolução nos desfiles de Escola de Samba.              
O casal de mestre sala e porta bandeira, Jussi Jaaskelainon e Vesa-Matti Loiri deram um maravilhoso show mostrando todo o garbo e a elegância na ponta dos pés. O público aplaudiu maravilhado.
As senhoras da velha Finlândia com suas baianas riquíssimas também foram um show à parte, mostrando toda fidalguia das Tias baianas rodopiando na avenida ao som da bateria nota 10, formada esse ano com o mavioso Quarteto de Cordas de Lipzig, importado da Alemanha.
A trepidante valsa enredo deste ano provocou uma verdadeira euforia nos componentes da Escola que cantaram a animada valsa do começo a fim da Marques de Sapucaí. Uma beleza. Os 38 compositores da valsa enredo estavam plenamente recompensados pela aceitação do público que cantou alegremente a valsa, aliás, quase um Danúbio Azul.
A Escola de Samba Acadêmicos de Helsinque mais uma vez surpreendeu a todos com as novidades trazidas da Alemanha, Austrália e até da África. O desfile da Marques da Sapucaí nunca mais vai ser o mesmo.
Os comentaristas e críticos carnavalescos, não só aprovaram o inusitado desfile, como também concordaram que, finalmente o Carnaval carioca se internacionalizou de uma vez por todas tornando o carnaval brasileiro numa festa verdadeiramente globalizada.
Eu cá no meu canto acordei pensando no samba do genial Wilson Batista que diz:
“Salsicha a noite não faz boa digestão, eu tive um sonho em alemão.”

Renê Rivaldo Ruas é escritor. Foi passista da Império do Samba, baliza da Embaixada de Santa Tereza, fez parte da bateria do Bloco do Boi, foi integrante do grupo de choro Regional Varandas, formado por jovens amantes do Choro. Desde 1986 toca cavaquinho e solta a voz na roda de samba e choro do tradicional Ouro Verde e diretor do Clube do Choro.


2 Comments Add Yours ↓

  1. Mirian de Carvalho #
    1

    Olá, Renê,

    Falei com você no blog MEU LOTE.

    Adorei seu artigo.
    Crítica bem-humorada, sensível e inteligente.

    Parabéns!

    Abraços,
    Mirian

  2. Renê Ruas #
    2

    Ô Mirian, desculpe a demora em responder, sou meio lerdo das ideias. Grato pelas palavras e pela presença. Traga suas ideia para o Blog do Clube, pois, como pode ver, temos de quando em vez, artigos do Mestre Nei Lopes.

    Abraço forte
    Renê Ruas



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