VOZ DO CANTOR
A voz, quando canta uma canção,
O coração da gente, mesmo em desalinho,
Cativo do amor, chora baixinho,
Se faz e se refaz na mansidão
Quando a voz canta uma canção,
O peito da gente, refém da dor,
Na esperança vã
Da estrela da manhã
Se faz e se refaz em novo amor
A voz do cantor, amargo pranto,
Promete noites de luar
Mar de calmaria
Noite fria e ventania
A voz do cantor, doce encanto,
Quando canta valsas e canções
Afaga outros corações
Mente, porém, a própria dor
A voz do cantor quando silencia,
Sopro de brisa que acalma,
Fica triste a vida, vida vazia,
Pois que o silêncio é a voz que vem da alma.
Renê Ruas