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CLUBE DO CHORO É DESTAQUE EM IMPORTANTE REPORTAGEM

Na data cívica mais importante do estado de São Paulo, dia 9 de julho, o jornal A Tribuna, em seu caderno Galeria, publicou excelente reportagem com o professor José de Almeida Amaral Junior, em homenagem a memória musical de São Paulo. Com o título de “A odisseia do choro paulista está inteira impressa em livro”, a matéria é assinada pela jornalista Carlota Cafiero e traz como destaque o concorrido livro Chorando na Garoa, que levanta a história secular do gênero e seus compositores, lançado em Santos nas comemorações do Dia Estadual do Choro.
O livro contou também com a participação das pesquisadoras Maria Angélica Tobias da Silva e Karen Regina Bernardino Facchinetti, esta responsável pela fotografia, além da professora Tania Maria Rodriguez Alvarez.
Na matéria o Clube do Choro de Santos recebeu grande destaque por ter sido o responsável pelo lançamento do livro na região e pelo apoio prestado ao escritor e professor Zé Amaral.
O livro é vendido na loja virtual da Livraria Cultura: www.livrariacultura.com.br
A reportagem pode ser conferida abaixo.
Boa leitura !!!                 

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A odisseia do choro paulista está inteira impressa em livro.
Chorando na Garoa – Memórias Musicais de São Paulo levanta a história secular do gênero e seus compositores
CARLOTA CAFIERO
DA REDAÇÃO
O professor José de Almeida Amaral Júnior não é Homero,mas escreveu sua Odisseia. Ou melhor, a odisseia da nossa música brasileira ao levantar a história secular do choro em São Paulo e seus principais chorões. O resultado está nas 531 páginas do livro Chorando na Garoa – Memórias Musicais de São Paulo, (Selo Livronovo,R$ 89,90), uma obra pioneira do gênero, que Zé Amaral (como o professor é conhecido nas rodas de choro) bancou sozinho. “A nossa publicação foi on demand, ou seja, eu paguei para publicar este livro. Então, foi uma luta, porque as grandes editoras não tiveram interesse, pois não estamos falando de sexo, violência, de dragão, de vampiro e não é autoajuda. O nosso livro fala sobre cultura brasileira, educação, memória, música, que são temas que ainda encontram resistência no mercado. Além disso, o choro tem o estigma de ser música de velhinho”, critica o autor.
Dividido em duas partes – uma histórica, baseada em livros e sites; outra, em entrevistas com chorões em atividade – e 11 capítulos, Chorando na Garoa tem tudo para se tornar fonte de referência sobre o contexto em que surge e se desenvolve o choro no Brasil e em São Paulo desde o século 19, e sobre os principais nomes que mantêm viva a tradição do gênero na Capital. “Os amigos achavam que eu era meio maluco, que o livro era coisa de idealista”,lembra Amaral, que decidiu começar a escrever a obra após a morte de Miguel Fasanelli, em 2009. “Ele era o dono da loja Contemporânea,na região da Santa Ifigênia, e agregava as pessoas com as rodas de choro que eu freqüento desde os anos 90.
No período entre 2008 e 2009, morreu muita gente do meio, como o trombonista Raul de Barros, o violonista Antônio Rago, o cantor Carlos Pinho. Vi isso como um sinal de que eu deveria começar a registrar a história desses músicos”. Outro grande motivo para o professor começar a escrever o livro foi o fato de o choro no Rio de Janeiro ser muito mais documentado. “Temos umas quatro obras conhecidas do público. E, se você for analisar, para um gênero musical que tem quase 150 anos, é pouco. O rock’n roll que nasceu em meados dos anos 50, tem muito mais publicações. O problema do choro é a ausência de visibilidade”.
CLUBE DO CHORO DE SANTOS
Na véspera do Dia Estadual do Choro (28 de junho), Zé Amaral esteve em Santos para lançar o livro no Theatro Guarany, em um evento promovido pelo Clube do Choro – que teve a apresentação de Izaías do Bandolim junto a chorões da Cidade. O lançamento em Santos foi simbólico, uma vez que a obra traz uma apresentação escrita pelo presidente do Clube do Choro de Santos, Marcello Laranja, que, conta Amaral, foi quem o motivou a dar um ponto final no livro; e a participação de Izaías do Bandolim, que foi o primeiro músico a conceder entrevista para o livro e abriu as portas de outros chorões para o autor.
ENTREVISTAS
Clarinetista e professor de Economia e Política nos cursos de Jornalismo, Direito e Serviço Social da Uninove, o Amaral teve a ajuda de três guerreiras voluntárias para o sucesso de sua odisseia: a professora Tânia Maria Rodriguez Alvarez e as pesquisadoras Karen Regina Bernardino Facchinetti e Maria Angélica Tobias da Silva, que realizaram a maior parte das 41 entrevistas para o livro. “Não sabemos afirmar com certeza quantas horas de entrevistas transcrevemos, mas foram mais de 80 horas”, acredita ele, que lembra de momentos prazerosos passados ao lado de gente como o pianista Laércio de Freitas: “Passamos uma tarde inteira juntos, tomando café e comendo pão de queijo”. O livro também conta com fotografias de Karen Regina, que realizou um ensaio fotográfico com todos os  entrevistados. “A ideia era a de que as fotos dos entrevistados entrassem para o livro, que seria acompanhado ainda de um CD de áudio, mas, sem uma editora que acreditasse no projeto, isso não foi possível”, lamenta.
SABATINA
Amaral só tinha visto Fernando Faro pela televisão. Conhecido no meio da música brasileira, Faro entrevistou todos os grandes nomes da MPB para a TV Cultura, onde comanda o programa Ensaio. Por isso, o professor sonhava que Faro assinasse o prefácio do livro. Não foi tão simples conseguir. “Ele fez uma sabatina comigo, nos bastidores da TV Cultura. Pegou-me de surpresa. ‘Você conhece mesmo de choro?’, começou a perguntar, até que ele fez uma pergunta sobre Valzinho, que não foi um compositor de destaque, mas o Paulinho da Viola gravou e eu tinha algum conhecimento. ‘Ah, então você conhece mesmo sobre choro’, concluiu o Faro. Vindo dele, valeu-me uma banca de mestrado”, lembra Amaral, que ainda tem expectativa de reeditar Chorando na Garoa por uma grande editora, e de que a obra chegue às bibliotecas de todo o Brasil.

No momento, o livro é  vendido na loja virtual da Livraria C u l t u r a .


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