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JOÃO BORBA, A EFICIÊNCIA E SIMPLICIDADE DO SAMBISTA VERDADEIRO

Pois é gente, isso aconteceu no domingo, dia 21 de abril de 2013 – durante as comemorações do Dia Nacional do Choro – no quintal do “190″ da Rodrigues Alves, onde recebemos para uma peixada, dentre outros amigos, o jornalista Sérgio Cabral. Vivenda da família Peres. O Soares diz que ali é o nosso “Zicartola”, e é mesmo. Sem nenhum tipo de comparação, obviamente.
O encontro casual aconteceu depois que mostrei um CD que recebi do pessoal do Clube do Choro de Paris. Ele estava ali, quietinho, no seu canto, ao lado do Ricardo, da namorada, e, com eles, só observava. Num determinado momento veio em minha direção e perguntou: esse disco é do Clube do Choro de Paris…? Eu disse, sim, recebi ontem de presente do Sérgio, pai de um dos integrantes do conjunto. Ele falou: conheço o Sérgio, vou te dar de presente o meu CD. E com toda a humildade do mundo me presenteou, não sem antes dedicar e autografar o exemplar. Este disco foi gravado ao vivo no Teatro do SESC Pompéia em julho de 2007…!                      
Já sabia dele, mas, foi aí que tomei conhecimento efetivo do trabalho de João Borba, que, embora compositor também, interpreta a obra de Jorge Costa, alagoano ritmista que adorava tocar reco-reco de madeira e timba. Conheci muito Jorge nos anos 70 no Chão de Estrelas onde ele se apresentava costumeiramente. Aliás, vinha muito a Santos não só para trabalhar, mas para passear também…! Na ocasião eu tinha só dezoito aninhos de idade, estava começando na noite quando conheci o velho Costa, negão atarracado simpático pra caramba, sorriso largo, tipo bocão mesmo. Jorge era único, personalíssimo, além de grande sambista, lógico, não só ritmista, mas, compositor dos bons….! Borba traz para este disco clássicos como “Samba da rosa”, “Triste madrugada”, “Bandeira da paz”, “Ladrão que entra na casa de pobre só leva susto”, “Baile do Risca Faca” e “O tocador quer beber”, dentre outras, composições de Jorge Costa com seus diversos parceiros. Acompanhado por um time de primeira, meus cumpadis Junior Pita (violão) e Raphael Moreira (percussão), mais Celso Almeida (bateria), Luciano Barros (baixo), Milton Mori (cavaquinho) e Ubaldo Versolato (flauta e sax).
Na sequência, na mesa, entabulamos um papo super legal falando a respeito de um monte de coisas sobre o universo da música popular, em especial sobre Samba e Choro, inclusive sobre a tal história do “samba de raiz”, uma expressão cretina que algum lunático lançou. O compositor Nei Lopes já bateu de frente faz tempo, vaticinou, é bem melhor usar a expressão “sambista ou samba verdadeiro” e não de raiz. Essa qualificação é totalmente desnecessária.
E João Borba é tudo isso e mais alguma coisa. Como o mestre Moisés da Rocha escreveu no encarte do CD, aliás, com extrema felicidade, “a união de São Jorge (Costa) e São João (Borba) é coisa divina. Pelo bem que nos fazem aos ouvidos e corações, deveriam ser beatificados”…!
Perfeito, assino embaixo…!
Você duvida, meu cumpadi…?
Pois então, busque o CD e ouça João Borba, a eficiência e simplicidade do sambista verdadeiro…!
Maiores informações a respeito acesse (www.joaoborba.com)…!
Abraços
Zé do Camarim