O Clube do Choro de Santos vem por meio deste hipotecar solidariedade a todos os envolvidos no processo que visa a permanência das atividades da Feira da General Glicério em Laranjeiras consoante matéria veiculada na internet.
O desaparecimento de ruas, praças, feiras, espaços de lazer como lugares naturais de encontros, em nome de pseudo-organização urbana pode dar origem a avenidas, viadutos e trevos, entretanto, acessos pelos quais as pessoas passam em seus veículos motorizados, cruzam-se, mas não se encontram.
Some-se a isso a automatização dos serviços, como o dos supermercados e dos bancos: tudo favorecendo ao isolamento. Os moradores perdem seus pontos de referência e suas identidades.
Dessa forma os governantes não podem se manter insensíveis à gradual perda de espaço das manifestações culturais, podendo-se afirmar que a cultura em geral está cada vez mais restrita a uma parcela minoritária da população, residindo aí mais uma faceta do dualismo social.
Não podemos deixar de repensar nossas cidades, no sentido de humanizá-las, concebendo e implantando programas voltados para a qualidade de vida e para a interação das relações sociais cotidianas dos bairros.
Por absoluto respeito aos profissionais que ali exercem suas atividades, pelo folclore da feira e da música popular ali executada aos sábados, sem qualquer ônus à municipalidade carioca, manifestamos nosso repúdio a tal atitude antidemocrática e altamente prejudicial a nossa cultura e cidadania.
MARCELLO LARANJA – diretor presidente do Clube do Choro de Santos – OSCIP
