Fonte: Agência Facos
Por: Girliani Martins
Fotos: J. Fagner
O Dia Municipal do Choro reuniu muitas pessoas na Praça Mauá em Santos, e resgatou esse gênero musical histórico na Cidade, mostrando que não está limitado à terceira idade. O exemplo disso foi o grupo Meninos Chorões do Centro Educacional Recreativo de São Vicente (CER), composto por seis integrantes, que emocionou o público.
Para o professor do CER, Adelson Cavalcante, de 20 anos, a participação dos jovens no evento foi uma forma de ressaltar a importância do Choro para a música popular brasileira e incentivá-los ao exercício da preservação cultural.
O evento contou com a presença da Velha Guarda do Choro e com a Trupe Olho da Rua e apesar da pouca divulgação, como disse o presidente do Clube do Choro de Santos, Marcello Laranja, não deixou a desejar. “O principal problema não é a questão da falta de divulgação na Cidade, mas a falta de apoio que não parte somente do setor público, mas principalmente do privado, por isso podemos justificar a ausência de eventos como esse”, explica.
A produtora de eventos da Secretaria de Cultura da Cidade (SECULT), Conceição Calixto, relatou que não cabe ao seu setor fazer o serviço de divulgação, mas de apenas responder pela área estrutural. “Sei da importância do Choro para a preservação da cultura santista, mas não cabe a nós da Secretaria resolver essas questões”, disse.
Para a conselheira fiscal do Clube do Choro, Herlinha Gomes de Souza, de 71 anos, a mais antiga associada, não existem muitos eventos para celebrar a data não só pela falta de divulgação, mas principalmente pela ausência de interesse e sobretudo de conhecimento por parte do público. “Esses problemas fazem com que muitas pessoas pensem que o choro santista está morrendo”, relata.
“Não deixem o Choro morrer”
No ano em que se comemora o oitavo aniversário do Clube do Choro Santista, não existem muitos motivos para festejar. Segundo o presidente do Clube do Choro de Santos, Marcello Laranja, desde agosto de 2009, o Clube está sem sede e as reuniões estão concentradas em casas de amigos e bares. “Tínhamos um prédio emprestado, mas ele foi vendido e a partir disso tivemos que dar continuidade ao nosso trabalho, por conta de nossos próprios méritos, por que infelizmente falta apoio” explica Laranja.
A falta de apoio e de divulgação não são problemas novos. O presidente do Clube do Choro revelou que até mesmo o Rio de Janeiro, cidade origem do gênero, não possui um clube que o homenageie, situação compartilhada pela capital paulista. Contudo, Santos ainda tenta preservar a tradição e mantém vivo esse elemento da cultura brasileira.
Laranja também ressaltou a participação dos jovens nesse gênero musical. “O choro atravessa um momento de renovação com a presença de jovens na música, de tal modo, que contribui para estarmos apesar dos problemas, resistindo no tempo”, diz.
O chorinho é a marca registrada do Brasil e um de seus maiores nomes, era Pixinguinha, que coincidentemente esse ano comemoraria 103 anos, foi referência também para outros gêneros, como a Bossa Nova, por isso é de suma importância.
O contexto histórico do choro em Santos teve origem no final do século XIX,em 1876, quando há registros do choro carnavalesco. Eram reuniões informais, mas que posteriormente fizeram com que os músicos se apresentassem nas ruas e ganhassem espaço no âmbito cultural da Cidade. Os instrumentos utilizados são violão de sete cordas, violão, bandolim, flauta, cavaquinho e pandeiro.