Clube do Choro de Santos

14 de Dezembro de 2013. Uma data muito especial para os alunos da Escola de Choro e Cidadania Luizinho 7 Cordas, meninos entre 8 a 17 anos, que nem sabiam da existência daquela música tão difícil para tocar e muito mais difícil ainda para ouvir e entender. Música tão diferente que, aos primeiros acordes em corações tão juvenis, pode causar até certa estranheza, porém, depois de algum tempo gruda na alma e fica para sempre. Surgido da mistura de elementos da polca, modinha, lundu, e do saltitante maxixe e da forte influência negra, o CHORO se transforma no primeiro gênero brasileiro de música instrumental popular urbano. No final do século XIX, alguns dicionaristas falavam muito mal do “indecente” Lundu chorado. Dança desavergonhada diziam. O Choro, surgido em meados do século XIX, nunca parou de ser produzido e permanece moderno e atemporal, linguagem viva e essencial à música e à alma brasileira.
Em 23 de abril de 1897, nasce Alfredo da Rocha Viana Filho, Pixinguinha, que, com sua genialidade, vai dar a forma definitiva do Choro. Pixinguinha, ainda muito jovem, aos dezoito anos, já se mostrava um grande músico, compondo valsas e choros de forma admirável mostrando todo o seu talento na arte de tocar e compor. Pixinguinha trouxe para a música brasileira a sofisticação e a beleza através de composições simples, terna e eterna.                              
Nós, do Clube do Choro de Santos, diretores e colaboradores estamos, particularmente, orgulhosos e felizes. Orgulhosos em poder realizar e participar da formatura da primeira turma da Escola de Choro e Cidadania Luizinho 7 Cordas e imensamente felizes e recompensados, afinal desde sua fundação, o Clube do Choro de Santos, seus fundadores e colaboradores, tinha por finalidade principal, com a criação da Escola de Choro, formar novos quadros e descobrir novos talentos dessa música tão essencial que serviu de inspiração inclusive a grandes compositores eruditos brasileiros, entres eles, o genial Maestro Heitor Villa Lobos, que, através de suas composições, notadamente o ciclo  dos Choros, sintetizou, de forma indelével, toda a magia do Choro e da alma brasileira.
E, depois de tanto murro em ponta de faca, finalmente, no ano de 2010, o Clube do Choro de Santos, em parceria com a Prefeitura Municipal, que cedeu um espaço no Mercado Municipal para a criação da Escola, conseguiu organizar a primeira turma de alunos que, aos poucos, foi se adaptando à nova música, até então desconhecida para eles. Claro está que não foi nada fácil a concretização desse sonho. Foi, na verdade, com muitas dificuldades e luta que o Clube do Choro conseguiu organizar a primeira turma tocando, até então, instrumentos completamente alheios ao dia a dia dos meninos, cavaquinho, violão de 7 cordas, bandolim, flauta e pandeiro. É necessário reconhecer, entretanto, a participação efetiva dos patrocinadores, parceiros culturais e dos pais dos alunos que jamais deixaram de acreditar na seriedade e no trabalho dos diretores do Clube do Choro. Cabe aqui também um especial agradecimento ao Grupo A Tribuna de Comunicações que esteve sempre ao lado do Clube do Choro de Santos apoiando e divulgando nossos eventos.
14 de dezembro, às 19,30 horas, na Pinacoteca Benedito Calixto é que, os “MeninosChorões” da Escola de Choro e Cidadania Luizinho 7 Cordas, estarão recebendo o tão sonhado certificado de Conclusão de Curso. Valeu, sim, todo o sacrifício e, afinal, o nosso trabalho só está começando.