Zé do Camarim mexendo em seus guardados conta-nos que esteve presente em 1986 quando foi lançada a peça “MEU CORAÇÃO AMANHECEU PEGANDO FOGO” de José Rodrigues, Lauro Freire e direção de Roberto Marchese. Uma reflexão sobre o valor da vida baseada na tragédia da Vila Socó, em Cubatão.
Zé Rodrigues
O jornalista foi correspondente do jornal Valor Econômico na Baixada Santista e colaborador do suplemento Caderno do Porto, do Jornal da Orla. Foi o criador da editoria de economia de A Tribuna, onde atuou por mais de duas décadas. Colaborou, como economista, com a Associação Comercial de Santos. Foi o primeiro assessor para Assuntos Portuários da prefeitura santista, durante as gestões dos prefeitos Telma de Souza e David Capistrano, ambos do PT, no início dos anos 90.
Zé, como era conhecido pelos amigos era um jornalista de extrema credibilidade, reconhecido pela precisão e profundidade de suas matérias, notadamente sobre o Porto de Santos e o comércio de café. Em 1994, junto com sua esposa Miryam e outros apoiadores, fundou a ARS – Ação de Recuperação Social, uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, com a finalidade da promoção social e humana, preferentemente, de crianças e adolescentes de famílias de baixa renda, por meio de apoio educacional e atendimento material aos cadastrados em seus serviços.
Lauro Freire
Destacado cartunista e ilustrador nas décadas de 70/80, ligado aos movimentos sociais e de cidadania em Santos.
Antônio Roberto Marchese ator, redator, roteirista, diretor e locutor. Um profissional ‘multiplataforma’, mas que não esconde sua paixão pelo teatro e, sobretudo, pela Encenação da Vila de São Vicente. Participou de movimentos políticos, tornou-se presidente da Federação de Teatro e percebeu a oportunidade de idealizar uma peça que retratasse a história de São Vicente. Em 1982, ano em que São Vicente comemorava 450 anos de fundação, Marchese inaugurou o evento que viria a se tornar o maior espetáculo teatral em areia de praia do mundo: a Encenação da Vila de São Vicente.
Conjunto Varanda
Formado por jovens idealistas, o “Conjunto Varanda” sacudiu o cenário do choro em Santos na década de 80. Nascido nos jardins do Palacete Ferreira da Silva, patrimônio histórico de Santos, que já foi sede da faculdade de direito e filosofia da Universidade Católica, participou ativamente da política cultural da cidade atuando no movimento universitário, teatral, sindical e juventude comunista. Seus intrépidos componentes eram: Jean Teixeira, Obed Zelinschi, Luiz Pires, Chileno, Rosani, Marquinhos, Débora Gozzoli dentre outros.
Boa noite, sr Zé do Camarim,
Meu pai também ganhou alguns apelidos semelhantes: Zé do além, devido a sua ligação com o espiritismo, ou Zé do bumbo, por gostar de um samba. Mas não gostava de ser chamado nem de uma maneira, nem de outra. Hoje cheguei do trabalho e li essa publicação, que me trouxe algumas lembranças. Dias após o incêndio, estive com ele na Vila Socó observando os escombros, se não me engano em fevereiro de 84. Assisti também a peça junto com ele, e me recordo bem de uma cena onde a atriz, encenando uma sobrevivente, abria um jornal e dizia: “Olha a gente aqui”, e o jornal está com um grande pedaço rasgado. Cena que arrancou palmas da plateia. Enfim, agradeço por resgatar esse trabalho, que foi muito importante para ele, e que, embora relacionado a fatos tristes, trouxe-me uma doce lembrança de meu querido pai. Um abraço.