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Escolinha de choro completa um ano com festa

O solo do cavaquinho e do bandolim, a batida sincopada do pandeiro e os acordes do violão e flauta, em perfeita harmonia, se transformam no melhor da MPB para deleite do público a cada apresentação do grupo de oito adolescentes da Escolinha de Choro Luizinho 7 Cordas. No último dia 4, a escola completou um ano de existência com mais de 20 exibições e repertório que inclui composições de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Cartola, Ernesto Nazaré e Waldir Azevedo.

Depois de se apresentar na Casa Dia Maezinha Joana, no Campo Grande, o conjunto comemorou o aniversário em sua sede, com direito a bolo e parabéns. A escola é mantida pelo Clube de Choro de Santos, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) com apoio da prefeitura, por meio do Departamento da Administração da Região Central Histórica. Ela funciona em uma sala do segundo andar do Mercado Municipal, na Vila Nova.

O objetivo é a formação musical e de cidadania de crianças e adolescentes de 9 a 16 anos, com ou sem conhecimento de música, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade social, e que residam, de preferência, no Centro Histórico ou no entorno. “Outro requisito fundamental é que precisam estar estudando e ter boas notas”, diz o presidente do Clube do Choro, Marcello Laranja.

Para o diretor Luiz Fernando Costa Ortiz, a inserção social é relevante, “pois propicia ao jovem a possibilidade de se profissionalizar na música, ao mesmo tempo que divulga o chorinho, gênero genuinamente brasileiro”.

Os jovens têm aulas de musicalização, audição e história do choro, teoria musical e iniciação com instrumentos (violão de seis e sete cordas, bandolim, cavaquinho, pandeiro, flautas doce e transversal, clarinete e sax). As aulas são dadas duas vezes por semana (segunda e quarta-feira), das 14 às 16h, além de ensaio em dois sábados por mês.

Terapia
Formam o grupo Maiara Lima e Matheus Lima (flautas), Guilherme Cândido e César Henrique (cavaquinhos), Gabriel Cândido e Wagner Queiroz (violões), Raphaella Nunes (pandeiro) e Lucas Paini (bandolim). Para eles, mais que aprender música, a escola de choro é uma terapia. “Sou um pouco estressada. Mas aqui relaxo. Minha família já percebeu que estou mais calma”, afirma a flautista Raphaella, de 15 anos.

“Além da satisfação pessoal, tocar chorinho é diferente. Você cresce culturalmente e divulga um ritmo brasileiro”, acrescenta o violonista Wagner, de 14 anos. Os irmãos Guilherme (16) e Gabriel (13 anos) ressaltam a influência familiar. “Crescemos ouvindo muita MPB, especialmente o chorinho, pois meus pais adoram música. Mas gostamos também de outros ritmos como o rock”, ressalta Guilherme.

Doações e patrocínio
Inspirado na Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello (400 alunos, 700 em fila de espera), de Brasília, os dirigentes santistas esperam que a similar santista tenha o mesmo sucesso. “Lá eles contam com o benefício da Lei do Mecenato, via Ministério da Cultura, a qual permite adesão de patrocinadores e divulgação pela TV Senado e Câmara”, conta Luiz Fernando.

Segundo ele, a prefeitura dá importante ajuda com a sede. “São oito alunos na ativa e uma lista de espera de 20 para nova turma. Mas temos de pagar professores e fazer a manutenção dos instrumentos. Por isso, seria essencial patrocínios e doações de instrumentos”, diz Luiz Fernando, acrescentando que a entidade não tem fins lucrativos. “A diretoria faz um trabalho voluntário por amor a música e preservação do chorinho”. Quem quiser doar instrumentos ou patrocinar a escolinha pode ligar para 3219-2191.

 


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