Em 2011 o compositor baiano Assis Valente completaria 100 anos de vida. E como forma de homenageá-lo, o cantor Marcos Sacramento preparou um show onde a obra de Assis é o tema principal.
Um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira, Assis Valente, radicado no Rio de Janeiro, extraiu da vida sofrida de altos e baixos a inspiração para compor clássicos do samba como “Brasil pandeiro” e “Camisa listrada”. Desta forma, inscreveu para sempre o seu nome no rol dos grandes compositores do gênero.
Ao longo de sua carreira, Marcos Sacramento incursionou várias vezes pelo universo de Assis Valente, pelas histórias e personagens descritas com genialidade pelo poeta. Em sua discografia o cantor gravou Assis Valente em 1994 e o regravou em 2003. Por isso a escolha por Sacramento para esta homenagem a um dos maiores compositores da nossa musica popular.
Mais sobre Assis Valente – 100 anos de sambas imortais
“Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor…”. Talvez você conheça o famoso verso na versão dos Novos Baianos, mas o criador de “Brasil pandeiro” e de vários outros clássicos do samba foi Assis Valente, que há 100 anos nascia na Bahia.
Ainda jovem, em 1927, Assis seguiu o seu caminho e se mudou para o Rio, onde se profissionalizou como protético, sempre aspirando por uma carreira artística, que finalmente viria depois de seu encontro com Heitor dos Prazeres, que o tornou um renomado letrista.
Assis Valente compôs durante anos para Carmem Miranda, por quem ficou deslumbrado logo de início. De 1932 em diante, passou a compor exclusivamente para Carmem: foram mais de 20 canções, como “E o mundo não se acabou”, “Recenseamento” e, a mais conhecida: “Camisa Listrada”. Carmen tornou-se a maior divulgadora de seu trabalho.
A partida da musa para o exterior, no entanto, deu início a uma fase de amargura e ostracismo na vida do compositor, que, muito endividado e cansado da falta de reconhecimento, escreveu suas últimas palavras num bilhete de despedida, matando-se na tarde de 6 de março de 1958, deixando os terreiros do Brasil menos iluminados.
Ainda hoje, muitas canções de Assis permanecem vivas no imaginário popular. Bons exemplos são “Boas Festas” (Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel…) e “Cai, cai balão”, que não pode faltar nas festas juninas. Outro sucesso também é o samba “Alegria” (Salve o prazer, salve o prazer),
Sobre o show:
No ano em que se comemora o centenário do nascimento de Assis Valente, Marcos Sacramento reúne em “Assis Valente, 100 anos” , 15 obras desse baiano/carioca que incorpora como poucos o espírito e a malemolência do samba brasileiro.
Esse show nasceu do convite da Secretaria de Cultura do Municipio do Rio de Janeiro para homenagear os 100 anos do grande compositor, realizado em março de 2011 no Teatro Carlos Gomes, Rio de janeiro .
Concebido como um espetáculo de bolso, Marcos Sacramento une-se aos músicos Luiz Flávio Alcofra (violão), Pedro Aune (baixo), Netinho Albuquerque (percussões) e Rui Alvim (clarineta) para apresentar um repertório que vai de “Isso não se atura”, gravação pouco conhecida de Carmem Miranda, até “Brasil pandeiro”, sucesso até hoje cantado nas rodas de samba do Brasil e mundo afora. De “Camisa listrada”, outro sucesso retumbante da Pequena notável à “Uva de caminhão”. Presentes também no roteiro, claro, as fundamentais “Fez bobagem”, “Recenseamento” e “E o mundo não se acabou”.
A versatilidade do mestre faz-se presente ainda em “Gosto mais do outro lado”, marchinha carnavalesca cheia de picardia e mistério. Um show com nuances possibilitadas pela afinidade entre os intérpretes (cantor e músicos) e pela intimidade desses com o público.
Tudo isso faz de “Assis Valente, 100 anos”, um espetáculo ao mesmo tempo informal e requintado, em seu caráter essencialmente acústico.
A iluminação é assinada por Zeca Hermógenes.
Roteiro e direção: Marcos Sacramento
Arranjos e direção musical: Luiz Flávio Alcofra
Som: Henrique Vilhena
Produção: Maria Braga