Editora Leya (www.leya.com.br)
Oi gente, acabei de ler o livro Solo, uma autobiografia do César Camargo Mariano, que esteve conosco no dia 15 de setembro, em São Vicente, e estou fazendo a vocês a indicação de leitura deste fascinante livro, que pode ser lido como romance como bem disse no prefácio o escritor Ignácio de Loyola Brandão.
César que morou em um sobrado na Rua Frei Gaspar, 452, onde passava o bonde; cuja irmã Maria Helena nasceu em São Vicente ; que estudou no Externato São Luís, e participou durante dois anos do coral infantojuvenil do maestro Jesus de Azevedo Marques e foi agraciado pela primeira vez em sua vida com um prêmio do Rotary Club – em concurso organizado por essa entidade que também patrocinava o coral – como melhor solista infantil, revela-nos em sua narrativa, especialmente no capítulo “Música em família”, a influência que recebeu do choro e do samba, a música tradicional brasileira trazida pela família Moura.
Ele conta em suas memórias que:
“A primeira vez que Maurício apareceu lá em casa com seu violão, minha mãe lhe perguntou:
- Você é parente do Mauricy Moura ?
- É meu irmão – respondeu Maurício.
- Não brinca! – exclamou, empolgada, minha mãe.
Como boa ouvinte de rádio, ela conhecia e admirava Mauricy Moura. Era um dos maiores cantores de São Paulo, e seu gênero era a seresta, na mesma linha de Orlando Silva e Silvio Caldas. Aliás, a família Moura era a nobreza musical de Santos, assim como os Caymmi o são na Bahia. Eram um grande orgulho da cidade, e a casa deles, perto da Ponte Pênsil, que liga a ilha de São Vicente ao continente, tinha um enorme M incrustado na parede, como um escudo, acima da porta de entrada. Diante dessa casa, a população passava com um olhar de reverência. (sic)
Um abraço do Zé do Camarim !!!