colaboração: Ari Foto e Vídeo; Fernando Pellegrino; Luiz Fernando Costa Ortiz e Luiz Antonio Pires
Por Marcello Laranja
“Samba é que nem passarinho, o primeiro que pegar é dono”…! Esta frase – um tanto quanto destrambelhada – é atribuída a Sinhô, José Barbosa da Silva, “O Rei do Samba”. Foi pronunciada naquele longínquo início do Século XX numa de suas vindas de Niterói para a casa de Tia Ciata, nas proximidades da extinta Praça Onze, no Rio de Janeiro, a “Pequena África no Brasil” conforme vaticinou, certa feita, o compositor Heitor dos Prazeres. Sim, porque, ali havia rodas de maxixe, choro, pernada, candomblé e onde os magníficos do samba e do choro, dentre eles, Donga, João da Baiana, Pixinguinha, Hilário Jovino, os dois já citados e outros, ali fincaram suas raízes, na residência da mais famosa das tias baianas que um dia chegaram à Cidade Maravilhosa naqueles tempos. “Pelo telefone” nasceu ali, em uma roda daquelas que normalmente aconteciam. Acabaram por privilegiar os compositores Donga e Mauro de Almeida como seus únicos autores, o que, segundo relatos históricos, nos dão conta de que a própria Tia Ciata esbravejara, reivindicando a autoria do maxixe – e não samba – pra ela, pra Pixinga, Hilário, Heitor, enfim, a todos aqueles que participavam da roda, afinal, cada um deles teria feito um verso. Portanto, nada mais justo…! Todavia, permanece o registro da autoria ao sambista e compositor Donga e ao jornalista Mauro de Almeida, que tinha o apelido de “Perú dos Pés Frios”. Eram os primórdios do samba que estava começando a nascer e que viria, definitivamente, a se consagrar a partir do início da década de 30 com a gravação de “A malandragem”, composição de Alcebíades Barcelos, o Bide do Estácio, a quem Francisco Alves pediu licença para gravar. Este foi o primeiro samba, mas samba mesmo – e não mais maxixe – gravado no Brasil. A esta altura, o compositor portelense Hildemar Diniz, o mestre Monarco, tinha apenas três anos de idade, nascido a 17 de agosto de 1933 e criado no subúrbio de Oswaldo Cruz, ali, bem pertinho daquela que adotaria como sua escola do coração, a Portela. O pai era marceneiro e botou o moleque pra estudar. Foi até o terceiro ano primário, somente…! Monarco, ainda muito menino, conheceu Paulo Benjamin de Oliveira, o lendário Paulo da Portela. Seu talento era grande, tanto é que aos onze anos compôs seus primeiros sambas para blocos do bairro. Teve na figura do grande compositor Silas de Oliveira, do Império Serrano, seu modelo para compor sambas-enredo e passou a integrar a Ala de Compositores do GRES Portela a partir de 1950 com suas composições tornando-se sucesso nas vozes de grandes cantores, dentre eles, Paulinho da viola, Martinho da Vila e Beth Carvalho. “Nossos pioneiros”, “O passado da Portela” (Retumbante vitória), “Tudo menos amor” e “Passado de glória”, são alguns dos exemplos do talento do velho compositor, integrante da Velha Guarda da azul e branco de Madureira que toca cavaquinho e é pai do também compositor e cavaquinista Mauro Diniz. Sua música exibe a forma tradicional dos autênticos sambas de terreiro ou samba de raiz, como o próprio Monarco gosta de classificá-lo. A linha melódica dolente é prato cheio para expor o belo registro vocal grave que possui.
Pois é, naquele sábado, dia 23 de janeiro de 2010, no Teatro do SESC Santos, tivemos o privilégio de assistir ao show de Tuco & Batalhão de Sambistas, tendo como convidado especial mestre Monarco da Portela. Antes, porém, no período da tarde, o compositor portelense esteve almoçando no Restaurante Itabaiana Dois, em São Vicente, onde foi saudado pelo presidente Marcello Laranja que falou em nome dos companheiros do Clube do Choro de Santos, encaminhando uma camiseta, um mini-banner e dois folders de lembrança ao sambista. Foram momentos inesquecíveis. Contou-nos histórias de sambas e sambistas…
Grande Mestre , Professor MONARCO ! Só tenho que agradecer a Deus a oportunidade que tive de dividir o Palco com ele por 2 vezes e uma delas foi em Santos no SESC onde pude tambem contar com o apoio e participação dos amigos do Clube do Choro de Santos … E com este mestre tive o privilégio de gravr 2 sambas dividindo o gógó com ele … que honra ! Obrigado Senhor ! É isso ai rapaziada do Clube , Abraço e Parabens pela matéria ! Salve o Samba Brasileiro