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CHORO & CAFÉ

bARLETTA1Florival Amado Barletta, vice-presidente do Conselho de Administração do Clube do Choro de Santos e que atua profissionalmente em tradicional ramo de negócio na cidade de Santos, é destaque na edição de agosto/14 da Revista Beach & Co. Falar na família Barletta é associar o sobrenome aos negócios do café, especialmente à corretagem do grão. Leiam e degustem esta saborosa matéria …    

Uma família dedicada ao café Falar na família Barletta é associar o sobrenome aos negócios do café, especialmente, a corretagem do grão. Florival Amado Barletta sabe bem o que é isso. Nascido em 1936, teve o primeiro contato com o café ao trabalhar na empresa Lima Nogueira S/A Comercial e Exportadora, em 1955. “Meu pai já trabalhava lá, era diretor. Eu passei por todos os setores da empresa, de estoquista a classificador. Mas, em todos, ganhava mal, queria mais”. Foi então que um acontecimento mudou tudo e lhe serviu como uma dica. Era ele quem entregava os cheques aos corretores de café que atuavam na companhia. E como eles ganhavam grandes quantias, o fato chamou atenção. “Na hora decidi, queria ser corretor de café”. Para transformar o sonho em realidade, era preciso comprar um título de  corretor oficial de café. Na época, o valor da taxa, segundo Barletta, era equivalente ao valor de um apartamento de pequeno porte. E, assim, passou a transitar rápido pelas ruas do centro de Santos, portando suas latinhas de amostra. “O corretor é o intermediário entre os  produtores rurais e os exportadores. Visitamos os clientes e levamos as amostras da safra”. Corretor há 50 anos, Barletta orgulha-se de sempre trabalhar com cooperativas grandes de São Paulo e Minas Gerais. “Sou corretor da maior cooperativa do mundo, de Guaxupé”. O Brasil é o segundo consumidor global da bebida, perde apenas para os Estados Unidos. Para ter essa tranquilidade no que faz, Barletta diz, sem falsa modéstia, que entende de café. Para ele, o destino deu uma mãozinha quando o fez nascer em Santos. “O porto de Santos é líder disparado na  comercialização e escoamento dessa mercadoria; sendo assim, aprendi a trabalhar com todo tipo de café. E para ser um bom corretor, era preciso ter prática e boas noções de uma prova de xícara. O diferencial é conhecer muito bem a qualidade dos grãos. Dessa forma, ao receber as amostras, temos condições de fazer uma classificação prévia”. Barletta diz que a carreira é gratificante, entretanto, é preciso se adequar aos novos rumos que a profissão tomou. “Antigamente, era glamoroso ser um corretor de café, havia um respeito muito grande pela classe. Você era tratado como se fosse um doutor”. Nos dias atuais, com o pregão eletrônico, várias mudanças aconteceram. “Hoje, tudo é feito pela internet. A função do corretor não é mais essencial. Além do mais, os produtores também se profissionalizaram e passaram a fazer as próprias negociações. Isso, na minha opinião, com raras exceções, é um grande erro”. Mas, entre prós e contras, Barletta orgulha-se da carreira. Para ele, o café tem sabor de vitória, de muitas conquistas e boas lembranças. “O café é a minha vida, fez parte da minha juventude e ainda faz. Hoje, aos 77 anos, não tenho do que me queixar. Tenho meus filhos trabalhando comigo, construí meu patrimônio e tudo que eu tenho devo ao café. Ele é a minha cachaça”. Além de corretor de café, Barletta é um apaixonado por gente. Ele já atuou e presidiu instituições como a Santa Casa de Santos, Associação Comercial de Santos, Clube XV, Santos Futebol Clube, entre outras entidades. “Minha vida inteira eu me dediquei ao ser humano”.


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