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OSVALDINHO DA CUÍCA, O VELHO BATUQUEIRO

Batuqeurio

Pois é gente, o primeiro Cidadão Samba do Carnaval paulistano acaba de lançar seu mais recente trabalho. Trata-se do CD “Osvaldinho da cuíca, o Velho Batuqueiro”. Na contra-capa do encarte um texto interessante de André Domingues: “Entre na casa do velho batuqueiro. São Jorge, na porta, dá as boas-vindas e proteção. Lá dentro, verá logo muitos amigos. E muito diferentes (…) Todos, porém, tem o mesmo tratamento, já que se unem pelo laço maior do samba” (…) É assim que a coisa acontece na casa do mestre lá no Cambuci, tradicional bairro da capital paulista. Esse corinthiano de quatro costados não abre mão da qualidade de sua música, exigente e atento a tudo que faz com esmero, Osvaldinho desfila talento, simplicidade e competência. Não é preciso dizer mais nada, tá apresentado.   De cara, logo de saída, na faixa 1, “Leonor”, Osvaldinho interpreta um samba do inesquecível Itamar Assumpção. Na sequência, na faixa 2, canta “Frigideira de pobre”, uma composição sua feita em parceria com Magno Sousa e Maurílio de Oliveira. Frigideira, um instrumento que era muito comum e desapareceu das baterias das Escolas de Samba. Na faixa 3 um quase samba-canção – meio samba choro de autoria do amigo Faeti, muito bem engendrado. Em “O velho batuqueiro” – que dá nome ao CD – ele volta às raízes do samba paulista indo buscar suas origens nos batuques de Pirapora um dos responsáveis por sua existência. Bem raiz, um verdadeiro samba caipira. Samba rock? Sim, sem dúvidas, a faixa 5 “A casa caiu” é um belo exemplo. Seu parceiro Faeti comparece com outra composição, bem na linha do Trio Mocotó. “Altar da consciência”, faixa 6, com a participação especial da cantora Izzy Gordon, é um samba bem malemolente, gostoso. Na faixa 7, “Saudade da garoa”, o velho mestre presta homenagem aos grandes amigos sambistas…”vai, vai, vai o tempo voa, o tempo passa e que saudades da garoa”…boas lembranças de seus grandes amigos Henricão e Vassourinha, Geraldo Filme e Isaurinha Garcia, Germano Mathias, Risadinha e Adoniran Barbosa, alguns desses destacados no recém lançado “ARTISTAS NEGROS DA MÚSICA POPULAR E DO RÁDIO” da jornalista e escritora Thais Matarazzo que recebeu especial dedicatória no encarte do CD. Em “Cantiga de Zambi”, faixa 8, Osvaldinho destaca a africanidade, esta que é marca registrada na história da música popular brasileira. E por fim, na faixa 11, Osvaldinho celebra todo o seu corinthianismo interpretando o samba “Bandeira do Timão” de autoria de Bráulio de Castro e Paulo Elias. Dentre os participantes podemos destacar Armandinho Macedo, um fã declarado e admirador do trabalho desenvolvido pelo Clube do Choro de Santos, o xará Osvaldinho, só que este o “do acordeon”, a cantora Izzy Gordon, o Trio Gato com Fome – que tive o privilégio de assistir ao vivo há alguns anos num dos salões do transatlântico MSC Música – Serginho Madureira, Faeti e, fechando com chave de ouro, aliás, como não poderia deixar de ser, o mestre Luizinho 7 cordas que empresta o nome à nossa Escola de Choro. A produção executiva é do próprio Osvaldinho da cuíca e os arranjos ficaram por conta de Douglas Miller. O tempo passa e o velho compositor, cantor, pesquisador e ritmista, nascido no mês de fevereiro de 1940, em pleno Carnaval, continua firme na sua nobre missão de divulgar e mostrar o Samba verdadeiro do qual é um dos baluartes.
Felicidades “batuqueiro véio”, sucesso sempre, Deus te abençoe.
Abraços
Zé do Camarim

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  1. 1

    Por ora só ouvi Lembrança, é ótima e já estou aprendendo-a, para cantar, acompanhando-me, mau em meu violão.



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