GAROTO, O GÊNIO DAS CORDAS
A vinda de Garoto a Santos deu-se em 1936, a convite de Silvio Caldas, Araci de Almeida, Nonô (Romualdo Peixoto) e Luis Barbosa, para uma apresentação no Teatro Coliseu.
O feito que resultou no convite foi uma performance incrível de Garoto com seu parceiro Aimoré, em São Paulo, deixando os quatro boquiabertos, pois, incrédulos, não estavam acreditando no que acabavam de ver e ouvir. Antes, porém, Nonô já questionando Silvio Caldas, a respeito dos dois, como que duvidando da capacidade musical tanto de um quanto de outro. Mas, Armandinho (Armando Neves) - organizador do primeiro conjunto regional de São Paulo - sabiamente, os previniu: "ouçam primeiro para depois opinar ". Havia uma certa dúvida com relação aos paulistas no choro.
Foi o suficiente para atestar a competência de dois músicos absolutamente geniais, paulistas por excelência. Era uma época áurea e romântica, dos programas de rádio e dos cassinos, onde o cenário era a cidade do Rio de Janeiro, com destaque para as Rádios Nacional e Mayrink Veiga e o Cassino da Urca.
Depois disso, Garoto ganhou o mundo, indo para os Estados Unidos, agora a convite de Carmen Miranda, para integrar o Bando da Lua. Porém, Garoto voltaria a Santos nos anos 40 para se apresentar no Cassino Ilha Porchat e na Rádio Atlântica, a PRG-5.
É bem verdade que os artistas davam preferência aos cassinos pois esses ofereciam cachês bem maiores do que as emissoras de rádio e as gravadoras. Surgem, então, nesse cenário duas figuras exponenciais do rádio de nossa cidade: Gentil Castro e Nelson Baptista Campos. Aliás, Garoto tocava no velho violão-tenor branco do Nelsinho, dedicando a ele e ao Gentil, dois choros, ainda inéditos: Gentilíssimo e Pequenininho.